PLANO DE AULA
Professor(a): Reni Gomes Costa
Disciplina: Língua Portuguesa Série/Ano: 9º ano Turma/Turno: Vespertino
Planejamento para três aulas.
OBJETIVO DA AULA
• Conduzir o aluno ao desenvolvimento de atitudes críticas diante do próprio texto e instigá-lo a descrever verbalmente a linguagem da tela por meio de associações de idéias, a fim de revisá-lo e reescrevê-lo.
OBJETIVOS:
• Ter a ilustração como enigma, pois nem sempre a ilustração antecipa significados propostos pela palavra. Ela pode apresentar-se como um desafio que precisa ser vencido pelo leitor, a fim de relacioná-la com a palavra. Para demonstrar a existência de uma relação desafiante e ambígua entre formas e significados, para tanto tomamos a obra de Arcimboldo: Cabeças Compostas.
• Ter a ilustração como uma forma de acesso à narrativa. O conceito de texto ultrapassa os limites do código verbal e isso pode ser percebido na literatura infantil.No entanto, embora convivam no mínimo duas linguagens no suporte livro, geralmente estudamos apenas a palavra ou a ilustração dissociadas uma da outra. Esta aula pretende romper com esse paradigma, pois concebe as duas linguagens como constituidoras de um único texto e ressaltamos que o objeto artístico, sendo que a ilustração não pode ser caracterizada apenas como um complemento para a leitura da obra. As duas linguagens atuam na sensibilidade e na cognição do leitor para a concretização da leitura.
• Fazer relações entre a ilustração e o leitor, pois a ilustração, a partir da relação que ela estabelece com a palavra e com o leitor, pode orientar este na concretização da leitura e pode ser vista em confluência com a linguagem verbal, ampliando as possibilidades semânticas.Para tanto, tomamos os poemas de Léo Cunha: As Estações e As telas novas do imperador, além de fazer uma pesquisa bibliográfica sobre a vida de Arcimboldo.
COMPETÊNCIAS
• Compreender as mensagens orais e escritas dos gêneros: tela e poema; atribuindo sentido aos textos.
• Demonstrar domínio de linguagem oral em diferentes situações de interação social.
• Produzir textos escritos de diferentes gêneros demonstrando conhecimento das regularidades do sistema lingüístico.
• Analisar os procedimentos e os recursos lingüísticos utilizados na prática de escuta e leitura, na produção de textos orais e escritos.
HABILIDADES
Dentro dos gêneros textuais: Tela, Cabeças Compostas, de Arcimboldo e dos poemas de Léo Cunha, o aluno deverá desenvolver:
§ Na Leitura
• Perceber o encadeamento lógico do texto;
• Reconhecer o tema do texto;
• Reconhecer marcas decorrentes de ideologias do agente de produção;
• Inferir informações implícitas.
§ Na Produção
• Demonstrar atitude crítica diante do próprio texto para revisá-lo e reescrevê-lo;
• Descrever verbalmente a linguagem da tela.
CONTEÚDOS
Quadros Cabeças Compostas de Arcimboldo
Poemas de Léo Cunha, pois o autor é um estudioso de Arcimboldo;
O Inverno
(Coro das quatro estações:)
Cantemos, irmãs, dancemos!
Espantemos a tristeza!
E dançando, celebremos
A glória da Natureza!
(O Inverno:)
Sou a estação do frio;
O céu está sombrio,
E o sol não tem calor.
Que vento nos caminhos!
Tragos a tristeza aos ninhos,
E trago a morte à flor.
Há nevoa no horizonte,
No campo e sobre o monte,
No vale e sobre o mar.
Os pássaros se encolhem,
Os velhos se recolhem
À casa a tiritar.
Porém fora a tristeza!
Em breve a Natureza
Dá Flores ao jardim:
Abramos a janela!
Outra estação mais bela
Já vem depois de mim.
Coro das quatro estações:
Cantemos, irmãs, dancemos!
Espantemos a tristeza!
E dançando, celebremos
A glória da Natureza!
A Primavera
(Coro das quatro estações:)
Cantemos! Fora a tristeza !
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !
(A Primavera:)
Eu sou a Primavera !
Está limpa a atmosfera,
E o sol brilha sem véu !
Todos os passarinhos
Já saem dos seus ninhos,
Voando pelo céu.
Há risos na cascata,
Nos lagos e na mata,
Na serra e no vergel:
Andam os beija-flores
Pousando sobre as flores,
Sugando-lhes o mel.
Dou vida aos verdes ramos,
Dou voz aos gaturamos
E paz aos corações;
Cubro as paredes de hera;
Eu sou a Primavera,
A flor das estações !
Coro das quatro estações:
Cantemos! Fora a tristeza !
Saudemos a luz do dia:
Saudemos a Natureza !
Já nos voltou a alegria !
O Verão
(Coro das quatro estações:)
Que calor, irmãs ! Cantemos
Como ardem as ribanceiras
Cantemos, irmãs, dancemos,
À sombra d'estas mangueiras
(O Verão:)
Sou o Verão ardente,
Que, vivo e resplendente,
Acaba de nascer;
Nas matas abrasadas,
O fogo das queimadas
Começa a se acender.
Tudo de luz se cobre ...
Dou alegria ao pobre;
Na roça a plantação
Expande-se, viceja,
Com a vinda benfazeja
Do provido Verão.
Sou o Verão fecundo !
Nasce no céu profundo
Mais rútilo o arrebol ...
A vida se levanta ...
A Natureza canta ...
Sou a estação do Sol !
Coro das quatro estações:
Que calor, irmãs ! Cantemos
Como ardem as ribanceiras
Cantemos, irmãs, dancemos,
À sombra d'estas mangueiras
O Outono
(Coro das quatro estações:)
Há tantos frutos nos ramos,
De tantas formas e cores!
Irmãs ! enquanto dançamos,
Saíram frutos das flores!
(O Outono:)
Sou a estação mais rica:
A árvore frutifica
Durante esta estação;
No tempo da colheita,
A gente satisfeita
Saúda a Criação,
Concede a Natureza
O premio da riqueza
Ao bom trabalhador,
E enche, contente e ufana,
De júbilo a choupana
De cada lavrador.
Vede como o galho,
Molhado inda de orvalho,
Maduro o fruto cai ...
Interrompendo as danças,
Aproveitai, crianças!
Os frutos apanhai!
Coro das quatro estações:
Há tantos frutos nos ramos,
De tantas formas e cores!
Irmãs ! enquanto dançamos,
Saíram frutos das flores!
Retirado do site:
http://pt.poesia.wikia.com/wiki/As_Estações
As telas novas do imperador
Hoje é festa no castelo,
todos querem ver o belo
presente do Imperador
Maximiliano II.
De repente, todo mundo
ouve o rufar do tambor.
Arcimboldo se aproxima
e tira o pano de cima
do misterioso presente.
Todos dizem “ahs!” e “ohs!”
E do rei se ouve a voz:
— Quatro telas, minha gente!
Um conde, ou duque, não sei,
que é muito amigo do rei,
torce o nariz para as telas:
— Esse pintor é demente,
não há cristão que agüente!
Alteza, livre-se delas.
— Ora, conde, por favor;
se conhece alguém melhor
que o Arcimboldo, me traga.
Mas precisa ser cientista,
decorador, retratista
e escritor nas horas vagas.
METODOLOGIAS:
Aula de leitura;
Aula interdisciplinar;
Aula de desenvolvimento da oralidade;
Contextualização Histórica;
Pesquisa Bibliográfica;
Trabalho com a Intertextualidade;
Trabalho com o hipertexto.
SITUAÇÃO DIDÁTICA
1ª parte: Uma aula. Faz-se uma pré-leitura perguntado, aos alunos, o que eles imaginam de uma obra de arte que pode retratar perfis humanos, junção de bichos e plantas na mesma obra. Em seguida projeta-se a imagem do primeiro quadro e motivam-se os alunos a explorarem o máximo, fazendo as leituras implícitas que a obra permite. (subsidiando de modo que lês cheguem às estações do ano, explorando a metáfora primavera relacionada a idade, outono e inverno o que representam na vida do ser humano). Trabalha-se a intertextualidade com a crônica de Roseana Murray: RETRATOS, retirado do livro da Cesgranrio p. 78. Em seguida projetam-se as quatro obras juntas. Dá-se aos alunos as informações que eles não conseguiram captar fazendo uma contextualização histórica e climática e uma caminhada geográfica pelo mapa mundi.
2ª parte: uma aula. Parte-se para a leitura do Poema “As telas novas do imperador” que permite uma visão melhor da época da monarquia, da visão que algumas pessoas tinham de uma obra de arte, da visão do próprio pintor, além de permitir que o aluno entenda as enormes possibilidades de produção textual, a ironia apresentada no texto, etc. E também do poema As Estações, de Léo Cunha que tem tudo a ver com o assunto das telas, explora-se o texto da melhor maneira possível.
3ª parte: uma aula. Retomar o assunto sobre as obras estudadas nas aulas passadas, deixar que o aluno fale e propor a produção de um poema, lançando mão dos conhecimentos adquiridos nas duas aulas anteriores.
RECURSOS:
Data Show;
Note Book;
Mapa Munde;
Biblioteca;
Internet;
Livro do Gestar II.
Livro Cesgranrio 6º ao 9º p. 78 – Crônica Retratos.
AVALIAÇÃO:
Observar se os alunos são capazes de associar os conhecimentos sobre estações do ano e também de localização geográfica e história, além dos de interpretação textual, para lançar mão desses conhecimentos e fazer a leitura implícita e crítica dos textos: tela e poemas. Analisar se dominam pelo menos parte das técnicas da escrita de um poema e se são capazes de inserir, na construção, os conhecimentos adquiridos.
REFERÊNCIAS:
http://pt.poesia.wikia.com/wiki/As_Estações
CESGRANRIO, Fundação – Língua Portuguesa 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, 2006.
GESTAR, Programa Gestão de Aprendizagem Escolar, 2005.