Ao ler a entrevista do professor Pedro Demo, pude observar sua preocupação quanto aos desafios que os egressos da escola enfrentarão quando forem para o mercado de trabalho, preocupações essas, voltadas para a falta de aprendizado do uso de computadores. Felizmente, também posso observar que, nesse quesito, o Estado do Tocantins está à frente de muitos outros estados, pois são pouquíssimas as escolas que não têm laboratório de informática, e vários professores têm se preocupado em utilizar o computador como mais uma ferramenta na mediação das aulas. Outro quesito que o Tocantins está à frente de alguns estados, é quanto ao ensino nas séries fundamentais, que, orientado pelo programa Circuito Campeão, vem estimulando o aluno à leitura, à produção de textos; de forma lúdica, descontraída, mas responsável. Com este programa, as crianças recebem todos os estímulos necessários por meio de recursos multimodais. É certo que há necessidade de avançar muito mais, pois algumas escolas que têm os laboratórios de informática ainda não podem contar com a internet, então o professor tem que se virar baixando vídeos e etc., trabalhando com hipertexto. Mas como nem tudo é flores, infelizmente, alguns professores ainda não entenderam como trabalhar na escola e acompanhar- a vida real - termo usado pelo professor Pedro Demo, pois ainda querem, de fato, usar a linguagem de Gutemberg. Nesse sentido, esses professores estão entendendo que precisam renovar sua prática, porque acabam pressionados pelos colegas que já perceberam só ser possível obter êxito no ensino se acompanharem o ritmo das crianças.
Concordo com o sociólogo quando ele diz: “eu não acho errado que a criança que usa a internet invente sua maneira de falar.” Acredito, porem, que a escola deve encontrar um modo bem especial de conduzi-las ao entendimento de que existe uma língua padrão e que elas precisam dominá-la também.
O professor Pedro tocou em outro ponto importante, sobre o professor de hoje ser vítima de uma pedagogia ultrapassada. Mesmo nos cursos de licenciatura atuais os professores ainda não estão sendo preparados para lidar com a linguagem do século XXI. Cabe, pois, a cada professor, correr atrás, buscar novos aprendizados, ser criativo. Além do empenho de cada professor, o sistema educacional deve cuidar desse educador: apoiá-lo em suas buscas, mas, sobretudo, subsidiá-lo por meio de formação continuada.
Conforme diz o professor Pedro em sua entrevista na p.135:
“A pedagogia precisa inventar um professor que já venha com uma cara diferente, não só para dar aulas e que seja tecnologicamente correto. Que mexa com novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo – isso é fundamental.”
Sim, há a necessidade dessa arrancada por parte pedagogia, mas é possível que professores vindos de uma pedagogia arcaica, aprendam a lidar com as novas tecnologias, assuma esse desafio para interagir melhor com seus alunos, pois é por meio da interação que há aprendizado. Entende-se também, que o esforço por si só é bem maior, que se esse professor fizer cursos de aperfeiçoamento, um curso maior como pontua o sociólogo Pedro, o seu crescimento é rápido. No entanto, vale salientar que tenho presenciado professores engajados, mergulhando nesse oceano digital, no intuito não só de apreender o máximo de novidades e se apropriarem para trabalhar o conteúdo programático com seus alunos, mas ir bem além; proporcioná-los o convívio com as ferramentas que eles estão acostumados a usar, fazendo assim da aula um momento prazeroso para ambos: alunos e professores. Certamente há ainda professores precisando acordar para essa realidade, e sem dúvida, os cursos de pedagogia poderão ajudá-los. É necessário pontuar ainda que esses cursos precisam ficar mais atentos para o que acontece, de fato, dentro do espaço escolar.
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Há 13 anos